Um picadeiro na Esplanada

O Gran Circo Lar foi inaugurado em 1985 para realizar projetos sociais e promover eventos culturais em Brasília. A ideia partiu da artista plástica Elaine Ruas, inspirada no Circo Voador do Rio de Janeiro, iniciativa que contou com o importante apoio do urbanista Lucio Costa.

Projetado pelo arquiteto Fernando Andrade, era um circo diferente dos tradicionais: construção em alvenaria e picadeiro todo em concreto, abaixo do nível da entrada principal. Suas paredes externas eram enfeitadas por azulejos com motivos circenses e a parte interna havia sido pintada com cores escolhidas pelo artista plástico Athos Bulcão. Em 1987, o local foi adaptado como Unidade de Proteção Especial, oferecendo ensino básico e aulas de circo para crianças em situação de rua na capital.

“Uma iniciativa bem-vinda próxima da Plataforma Rodoviária que, em boa hora, se tornou o ponto de encontro da periferia urbana com o centro metropolitano”

Lucio Costa

Mas, paralelamente às atividades sociais, o Gran Circo Lar também tornou-se um dos principais espaços para shows na cidade. Muitos festivais com bandas locais foram organizados ali, além das apresentações de grupos nacionais e internacionais, como Suicidal Tendencies, Kreator, Detrito Federal, P.U.S., Mundo Livre S/A, Engenheiros do Hawaii, Ratos de Porão, Pato Fu, Raimundos, Plebe Rude, Capital Inicial, Kid Abelha, Planet Hemp e muito outros. Foi lá que também aconteceu um dos últimos shows de Raul Seixas, que fazia uma turnê com Marcelo Nova em 1989.

O Gran Circo Lar foi desativado em 1999 para dar lugar ao Complexo Cultural da República.

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