No final dos anos 1950, uma das filhas do casal Juscelino e Sarah Kubitschek, a adolescente Márcia, contraiu tuberculose e ficou muito doente. Vários tratamentos foram tentados para fazê-la melhorar, mas nada dava certo. Foi então que o presidente de Portugal, Francisco Craveiro Lopes, que era amigo da família, sugeriu que dona Sarah fizesse uma promessa à Virgem de Fátima pela saúde da filha. E Márcia ficou completamente curada. O pagamento da promessa seria a construção de uma igreja em homenagem à santa na capital que estava sendo erguida. E foi aí que surgiu a Igreja Nossa Senhora de Fátima.

A Igrejinha, como é popularmente conhecida, foi feita em apenas 100 dias e inaugurada em 28 de junho de 1958 entre a 307 e a 308 Sul. Projetada por Oscar Niemeyer, tem o formato de um chapéu de freira e foi a primeira edificação do Plano Piloto, construída antes mesmo dos blocos das superquadras. Seu projeto paisagístico é de Roberto Burle Marx, enquanto as portas e azulejos foram criados pelo artista plástico Athos Bulcão.

Eles representam a Estrela da Natividade e a descida do Espírito Santo

Coube ao pintor Alfredo Volpi fazer um afresco com motivos religiosos atrás do altar. A arte, que trazia Nossa Senhora de Fátima segurando o Menino Jesus, ambos sem rosto, cercados por bandeirolas, não agradou aos religiosos da época e foi coberta com tinta azul em 1964.
Em 2009, durante uma revitalização da igreja, foi chamado o artista plástico Francisco Galeno para executar uma nova arte que, da mesma forma que a original, também causou polêmica por mostrar Nossa Senhora sem rosto e com uma pipa no lugar das mãos. Os fiéis mais tradicionais entraram até na Justiça para impedir a obra. Mas, no fim das contas, venceu o bom senso e o painel está lá até hoje.


A Igrejinha Nossa Senhora de Fátima é, atualmente, um dos pontos turísticos mais visitados da cidade.
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