O crime da 113 Sul

No dia 28 de agosto de 2009, um triplo homicídio ocorreu no bloco C da 113 Sul. O
advogado José Guilherme Vilella, 73 anos (ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral), sua esposa, a também advogada Maria Vilella, e a funcionária da casa, Francisca Nascimento Silva, foram mortos com 73 facadas dentro de seu apartamento. Os corpos já estavam em avançado estado de decomposição quando foram encontrados pela neta do casal, três dias depois.

Casal Vilela: mortos dentro de casa

Apesar da grande repercussão que o crime teve em Brasília, a investigação tomou rumos pouco convencionais. A delegada responsável pelo caso, Martha Vargas, chegou a ouvir no inquérito uma vidente que afirmava receber mensagens do falecido José Guilherme. Ela também foi acusada de forjar provas e torturar suspeitos inocentes para que confessassem o crime. A delegada terminou afastada do caso e chegou a ser presa por falsidade ideológica.

Delegada Martha Vargas: prisão por irregularidades na condução do caso

Já com novo comando de investigação, a polícia chegou aos três verdadeiros criminosos: Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio, Paulo Cardoso Santana, sobrinho do ex-porteiro, e Francisco Mairlon, comparsa de Leonardo. E foram eles que denunciaram Adriana Vilella, 46 anos, filha do casal, como a mandante dos homicídios.

Leonardo Campos: ex-porteiro assassino

Segundo a apuração, Adriana sempre teve uma relação conturbada com a mãe e estava
revoltada com o valor da mesada que ganhava dos pais para complementar sua renda:
R$ 8,5 mil. Mas o que motivou o crime foi a herança que ela iria receber, avaliada em R$ 160 milhões em imóveis. A acusada chegou a ser presa duas vezes, mas, devido a vários recursos, nunca foi julgada pelo Tribunal do Júri de Brasília. Para isso, contou com a ajuda de um dos principais advogados criminalistas do país: Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

Adriana Vilela: denunciada como mandante do crime

E o que aconteceu com os envolvidos no crime nos anos seguintes?

Leonardo, Paulo e Mairlon, cujas penas somadas são de 177 anos de reclusão, foram condenados e estão presos na Penitenciária da Papuda.

A delegada Martha foi condenada, em primeira instância, a 16 anos de prisão por falsidade ideológica, fraude processual e tortura, além de ter sido exonerada da Polícia Civil. Mas recorre da sentença em liberdade.

Adriana mudou-se para o Rio de Janeiro e foi morar em um apartamento dos pais no Leblon. Ela passou os últimos 10 anos aguardando seu julgamento em liberdade.

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