A origem de Ceilândia

No final dos anos 1960, a realidade da população do Distrito Federal era bem diferente do que os idealizadores de Brasília imaginavam, com cerca de 20% dos habitantes morando em ocupações irregulares, sem uma infraestrutura básica para a sobrevivência. Para combater essa situação, o governador Hélio Prates criou a Campanha de Erradicação de Invasões (CEI), o primeiro projeto de erradicação de favelas do DF.

Comandada pela primeira-dama Vera Silveira, a CEI começou a atuar em 1969 e conseguiu demarcar 18 mil lotes em uma área de 20 mil metros quadrados ao norte de Taguatinga. Para lá seriam transferidos moradores das favelas da Vila do IAPI, Vila Tenório, Vila Esperança, Vila Bernardo Sayão e Morro do Querosene.

Placa de referência para o loteamento da CEI

O nome CEI ficava em uma placa que servia de referência para quem chegava ao loteamento. E tornou-se tão popular, que terminou por batizar uma nova cidade: Ceilândia, oficialmente criada no dia 27 de março de 1971, data em que as primeiras famílias começaram a transferência para o local.

Já a caixa d’ água, símbolo da cidade, foi inaugurada no dia do terceiro aniversário de Ceilândia, 27 de março de 1974, tornando-se imediatamente um ponto de referência da cidade que funciona até hoje.

Inauguração da caixa d’ água em 1974

Com o passar dos anos e a quantidade crescente de moradores, novas áreas foram sendo criadas em Ceilândia. Em 1976, foi inaugurada a QNO (Quadra Norte “O”) e, em 1977, o Núcleo Guariroba, situado em Ceilândia Sul. Depois foi a vez dos Setores “P” Norte e “P” Sul (1979). Em 1985, foi expandido o Setor “O”, em 1988 houve o acréscimo do Setor “N”, em 1989, a QNQ e, em 1992, o Setor “R”.

Parada de ônibus em 1978

Atualmente, Ceilândia conta com 400 mil habitantes e é a região administrativa com o maior número de nordestinos e o maior número de comerciários do DF. Outra peculiaridade é ser a única cidade do Distrito Federal, fora do Plano Piloto, a ter uma obra de Oscar Niemeyer: a Casa do Cantador, inaugurada no dia 9 de novembro de 1986.

A Casa do Cantador é um dos maiores centros de cultura nordestina do DF

14 comentários em “A origem de Ceilândia

  1. Uma das maiores cidades do Distrito Federal em número de habitantes e com índices altos de criminalidade. Uma pena! Em Ceilândia tem de tudo, mas a parte triste dessa cidade é a criminalidade e vasta quantidade usuários de drogas circulando pelas ruas. Tem uma Quadra que fica atrás da Caixa D’Água que tem uma rua que é a cracolândia ceilandense .

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  2. Como , pioneira, em Brasília desde 1959, fascinada pela experiência única de participar com entusiasmo da construção de Brasília, fui voluntária de DVers Prates da Silveira e participei da transferência cada Vila do IAPI para Ceilândia. No começo, tida como uma cidade perigosa, mas hoje em franco desenvolvimento.
    Meu, marido, Antonio CARLOS Osorio, OABDF /007 amigo do Gonçalo, elaborada o Estatuto da Casa do Cantador, projeto de Oscar Niemeyer, inaugurada em 1986 e fui madrinha dos Cantadores no Primeiro Congresso de Literatura de Cordel

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  3. Amo demais essa cidade, sou nascido em Brasília mas moro em Ceilândia à 44 anos e não pretendo sair daqui.
    Não troco por cidade nenhuma.
    Boas lembranças da minha infância.

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  4. Nascido e criado em Ceilandia e a unica tristeza que tive foi nos anos 80 me mudado de Brasilia para ir pra Recife PE. Mas em 1985 voltei e nunca mais sair desta Cidade Satelite de Ceilandia que a amo de mais! #énósdeceilândia!

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  5. No P norte desde 1979,tenho muitas recordações boas : escola classe 38 ,centro de ensino 21,centro educacional número 5 ,centro comunitário ,ferrock que cidade boa Ceilândia P norte .

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